Xeque

     O que levam vidas a se cruzarem ao longo de suas jornadas individuais? O porquê pessoas com as mais diferentes experiências, formas de pensar, maneiras de agir e reagir se conhecem e se identificam em diferentes graus de sintonia espiritual? Quem nunca se questionou sobre temas como esses?!?! 

     Entendo que o grande jogador desse xadrez universal não posiciona nenhuma peça ao acaso. Penso que além de não posicionar aleatoriamente, os movimentos posteriores, todos sem exceção, têm um propósito e que cabe ao peão em questão, entender o movimento e agir conforme sua linha de pensamento. Partindo da premissa que quem criou o todo o fez de forma inacreditavelmente perfeita, não seria na disposição dos peões que Ele erraria, quem dirá na criação dos próprios, portanto ao lamentar qualquer acontecimento ou situação, é preciso, a meu ver, uma pausa, um olhar mais amplo, uma reflexão, para não cometer blasfêmias acerca do movimento. Cabe a nós, peões feitos a imagem e semelhança do Grande jogador, analisar os porquês que os movimentos por vezes vão contra ao que conscientemente acreditamos ser o melhor para o momento. Esse abismo entre o consciente e inconsciente pode ser a explicação para revoltas oriundas de uma falta de compreensão de uma jogada que mais a frente se mostrará, de fato, mais acertada. 

     A confiança na assertividade dos movimentos e a capacidade de discernimento de cada peão compõem a junção da mão de obra, com o material para construir as pontes que permitem aos agentes desse processo transpor esses abismos que, por vezes, parecem intransponíveis. E esse contexto de peças que se cruzam ao longo do tabuleiro faz com que o jogo fique cada vez mais dinâmico e interagente no âmbito das relações: Jogador – peões/ peões – peões.

     Os porquês de cada inter-relação cabem a cada peça analisar, mas fica a dica: inicie sua análise de dentro para fora e não esqueça que essa pesquisa interna é a que demandará mais tempo.