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domingo, 12 de dezembro de 2010

SEM FRONTEIRAS


Apresento-lhes um lugar onde poucos tentam ir e quase ninguém consegue de fato chegar, as montanhas uivantes. Nessa terra existem os dois principais personagens dessa história: o tigre dente de sabre e o mestle, isso mesmo, um mestle. Ambos com histórias distintas, mas almas muito semelhantes.
O tigre dente de sabre, como todos sabem, espécie tida como extinta, com uma força sem igual e uma sabedoria diferente de todos os animais ditos irracionais. O mestle, com “L”, grande sábio e guru da escola da vida, isolado no cume com seus livros e ferramentas que poucos têm o prazer de ter o contato. Cada qual com sua função mística, cabendo ao tigre o zelo pelas terras e a proteção ao grande sábio. Já o guru das montanhas com a função de emanar seu saber aos que, de coração puro e mente aberta, o procuram nessa longínqua terra do saber infinito.
A união dessas almas vem de tempos ainda que pré-existenciais. Na esfera terrestre, se deu de uma forma diferente do que os acontecimentos naturais poderiam prever. Não se tem a precisão de datas, muitos dos pergaminhos já se perderam com o tempo e com furtos ao acervo do grande mestle, mas a lenda conta que esse homem que a vida transformou no sábio que é hoje, já foi um homem comum, homem do mundo, das experiências que qualquer mortal passa e até algumas de maior intensidade. Alguns acreditam que essas experiências foram que o levou a essa transformação/evolução, outros creditam isso a um ser maior, outros ainda a uma fuga da realidade e de possíveis novos acontecimentos passíveis de não serem suportados, mas isso pouco importa na verdade, pois o fato é que hoje este homem que ainda tem raízes de homem normal, e forma também, é um ser que detêm um arsenal de conhecimento do mundo e de si mesmo, que faz inveja a qualquer pensador de épocas das mais distintas.
A lenda do tigre faz menção às mudanças nas quais a vida o inseriu. Nascido de um dos últimos casais de tigres ainda vivos, teve uma infância normal, mas sempre se destacou pela diferença que apresentava para com seus companheiros de espécie, mesmo que disfarçando essa diferença com seu alto poder de adaptabilidade. Atitudes, formas de agir, reagir e pensar o fazia diferente até mesmo dos demais animais irracionais. Escolhas no caminho da vida desse animal o fizeram de todo parecido com os tigres normais, achavam que era um tigre com problema nas presas, alguns até mencionaram a possibilidade de algum parentesco com os extintos dentes de sabre, mas ninguém nunca teve a certeza de que aquele ali que se comportava e se parecia, era de fato um legítimo tigre dente de sabre. Em meio a essas escolhas criou laços, passou por experiências das mais diversas, e por escolha própria foi se aventurar em terras muito distantes de qualquer laço que tenha criado. Terras geladas, com espécies ainda mais diferentes, um ecossistema totalmente novo a seus olhos, e depois dessa grande jornada é que os caminhos desses dois personagens se cruzam.
O homem normal, já em forma de mestle, com seu mosteiro instalado nas terras distantes das montanhas uivantes, conhece o tigre, que acabara de passar por um turbilhão de experiências e que ainda vivia em meio a esse turbilhão dentro da sua mente, antes tão tranqüila e serena. Quando se viram, a empatia e similaridade de almas, já apontava para uma grande amizade que viera de outras vidas, muito provavelmente. Estabelecem desde então um forte laço que se estendeu a terra das montanhas uivantes, onde o mestle conseguiu por fim um protetor espiritual para o lendário local e uma grande alma para com ele debater e trocar conhecimentos.
Reza a lenda que hoje o tigre é o grande general espiritual daquelas terras, e que o mestle com essa proteção e segurança, visita o mundo dos homens normais sem preocupações. A amizade de um sábio e um animal é incrível, baseada em aspectos como a confiança, respeito, admiração, carinho, e um grande amor fraternal, é exemplo de uma relação que deveria ser normal entre os da mesma espécie, mas que por fraquezas, egoísmo, e sentimentos que não são originais da criação, tornam o mundo dos homens normais uma terra que afasta os nobres de espírito, e que por serem incompreendidos fogem e buscam abrigo nas montanhas uivantes.
Essa terra, tida como imaginária, seria como um novo jardim do Éden, onde os espíritos em maior grau de evolução buscam abrigo independente da sua espécie física, vivem tranquilamente e se comunicam, pois a linguagem falada por lá é a linguagem do saber infinito e do amor entre todos da criação divina, uma grande casa onde moram os irmãos de alma. De acordo com a lenda, essas terras ainda são muito pouco habitadas embora com as melhores características habitacionais. Novos mestles e tigres são aguardados pelos poucos que lá conseguem chegar e habitar, e esses poucos acreditam que um dia possam vir a serem muitos.
A fé que lá habita faz esse pensar não ser somente esperança, mais sim uma realidade que o tempo trará. Enquanto isso o mestle e o tigre vivem harmoniosamente e fazem visitas esporádicas fora da fronteira de suas terras. Lenda, mito, sonho, ou parábola conhecer esse místico lugar é algo que só o tempo e esses personagens, se tiverem a sorte de conhecê-los, vão dizer se vai acontecer em sua passagem existencial.
Boa sorte!!

4 comentários:

  1. Como a gente já discutiu..
    É só uma questão de acreditar que existe esse lugar, e que SE(sim, eu digo SE) a gente quiser, a gente consegue evoluir o bastante pra alcançar esse tão sonhado lugar...
    Bom, eu busco minha evolução e acredito que quem tenta encontrá-la, consegue viver melhor..
    são poucos, mas existem, e eu espero ser um deles..


    mais uma vez, adorei o texto!
    Parabéns ;*

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  2. Valeu Mari por mais um comentário e por gostar do texto!! ;DD
    Acredito que quem quiser de verdade, pode chegar nessa terra e em qualquer estágio de evolução!!
    Bjoosss

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  3. pra mim, BASTA QUERER!
    e então a gente pode TUDO, a gente pode o mundo.


    essa frase eu adoro.. e costumo falar pra mim mesma em pensamento, sempre que me deparo com uma situação difícil.

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